
Que me mistura à tela
Transparente dos meus dias
Que me mistura ao vento
Que anoitece as manhãs?
Que me entorpece o sono
E o peso das mãos frias
O que me mata a sede
De um copo de avelãs?
O que me aperta o berço
Quando durmo em despedida
E que me entrega aos sinos
E às correntes de vapor?
Que me alegra o riso
Da sombria enrijecida
O que não é pecado
Nem veneno, nem amor?
Talvez meu gosto sujo
Seja raso, seja escasso
Talvez tudo o que caço
Seja pouco pro jantar
Talvez um caramujo
Tão vazio, tão pequeno
Seja o desejo pleno
Da vontade de voar.
[Mariana Stolze - 29.05.11]
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