quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Pêndulo.

Empurrar a face na parede
Despontar a flecha no horizonte
Ver cair as palmas sobre a rede
Que no céu desvia-se do monte

Remendar a alma corrompida
Entreter o neto que não vem
Encantar a cobra envelhecida
Descamada em línguas por alguém

Arrastar os móveis pela gruta
Desmentir os livros consagrados
Reescrever bilhetes já rasgados

Arrancar do ventre as saudades
Respingar veneno nas vontades
Entregar os sonhos a uma puta

5 comentários:

  1. Amo seus sonetos!!! são intensos!! em cada palavra a força de um sentimento!! perfeitooo!!

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  2. é.. tudo sempre vai caminhar entre a dialética das coisas... pêndulo que somos.

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  3. Uma puta me parece o melhor esconderijo para os sonhos.

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  4. muito foda!
    de uma intensidade quase agressiva. Mas sem perder a beleza, e mesmo a sutileza

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